Secretário especial do Ministério da Economia abre espaço para demandas da saúde

Secretário especial do Ministério da Economia abre espaço para demandas da saúde

Em encontro realizado pelo ComSaude, da Fiesp, Igor Calvet falou sobre a importância do consenso nas demandas da cadeia produtiva para ampliação da produtividade

07 de Junho de 2019

Para que o governo possa colaborar com decisões que estimulem a produtividade e a competitividade do setor de saúde é necessário que haja consenso nas demandas apresentadas pela cadeia produtiva. Essa foi a mensagem deixada por Igor Calvet, secretário especial adjunto da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia em sua participação em plenária realizada pelo ComSaude, da Fiesp, no dia 6 de junho em São Paulo.

Durante o encontro, que contou com a participação de Claudia Cohn e Priscilla Franklim Martins, respectivamente presidente do Conselho e diretora-executiva da Abramed, o executivo reforçou que o setor de saúde como um todo representa 12% do PIB e tem cerca de 60% de participação do governo. Isso, segundo Calvet, causa certa distorção de mercado e enfatiza a importância do comportamento do governo em relação ao segmento. Na atual gestão, as iniciativas setoriais para aumento de produtividade são atendidas pelo Ministério da Economia por meio de secretarias especiais criadas pelo ministro Paulo Guedes. Com as instituições vinculadas – entre elas Inpe, Inmetro, ABDI e Suframa – as secretarias trabalham para criar práticas e políticas de incentivo à produtividade.

Em sua gestão, Calvet está focado na resolução de problemas de produtividade das empresas brasileiras de vários setores a partir de dados que vêm de quatro ministérios extintos: Fazenda, Planejamento, Trabalho e Indústria e Comércio Exterior. Os desafios, porém, são muitos. Além de infraestrutura, que prejudica a logística e aumenta o custo Brasil, há questões sobre a baixa qualificação de mão de obra e distorções tributárias que impedem a competitividade.

Para minimizar a demanda de mão de obra, o secretário falou sobre a estratégia nacional de qualificação, que será lançada em breve, e do programa Brasil Mais Produtivo. “A meta é nos próximos dois anos ter 100 mil empresas participantes. O que está em discussão hoje é o modelo de financiamento. Antes o governo entrava com subsídio de 80%, e 20% eram custeados pela empresa. A primeira fase aconteceu com 3 mil empresas que aumentaram, em média, 20% de produtividade”, explicou Calvet.

No setor de saúde, o secretário afirmou que está revendo o molde das PDPs (Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo). Segundo ele, para resolver o problema de vulnerabilidade do SUS, as PDPs carecem de melhor monitoramento. “O Estado precisa ter uma visão do que de fato é estratégico para definir a entrada em uma PDP. O grande marco para as PDPs em saúde, falando como Ministério da Economia, é se devemos produzir medicamentos biotecnológicos em laboratórios públicos. Vacinas eu acho que sim. Porém deve haver também o mercado privado, já que ele tem suporte, apoio tecnológico e capital para investimento para longo prazo.”

Calvet ainda destaca que há muita assimetria de informação. “Falta ao governo uma visão integrada de cadeia, na qual, em geral, há grande distanciamento entre as instituições de representação. Quando a cadeia traz a demanda, as decisões são mais acertadas. E por isso fiz questão de vir ao ComSaude. Minha expectativa é abrir o diálogo e saber as coisas que estão impedindo o avanço do setor de saúde.”

Além de Calvet, Claudia e Priscilla, a plenária também contou com a participação de Bruno Portella, assessor do secretário; do diretor-titular do ComSaude, Ruy Baumer; e dos diretores-adjuntos Eduardo Giacomazzi, Paulo Henrique Fraccaro, Francisco Balestrin e Eduardo Ferreira Santana.

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