“O Brasil precisa escalonar suas prioridades”, diz Cláudia Cohn

“O Brasil precisa escalonar suas prioridades”, diz Cláudia Cohn

Presidente do Conselho da Abramed esteve em debate sobre o futuro do setor no Welcome Saúde, evento realizado dia 29 de janeiro em São Paulo

30 de Janeiro de 2019

A presidente do Conselho da Abramed, Cláudia Cohn, foi uma das convidadas pelo Grupo Mídia para participar da mesa redonda “Construindo o futuro da saúde: O papel dos protagonistas do setor diante dos novos tempos da política brasileira”, debate realizado durante o Welcome Saúde dia 29 de janeiro em São Paulo.

Na ocasião, um dos pontos defendidos por Cláudia foi a necessidade do Brasil olhar para seus próprios desafios definindo quais são os mais imprescindíveis para o momento em que estamos vivendo. “Precisamos entender, por exemplo, que algumas regiões brasileiras precisam de missionários, e não de grandes estruturas hospitalares. O Brasil tem a obrigação de escalonar suas prioridades”, apontou relembrando que é papel dos gestores de saúde trabalhar nessa definição de metas e objetivos.

Quando questionada por Alceu Alves, vice-presidente da MV, que moderava o debate sobre o que conversaria com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, caso o encontrasse em um elevador, Cláudia mais uma vez reforçou a necessidade da priorização. “Além de pedir a ele para ouvir todos os setores de forma rápida e prática, pediria que soubesse priorizar, pois não será capaz de resolver de imediato 50 anos de problemas. E priorizar o paciente e o que traz reais benefícios à população como, por exemplo, a promoção da saúde no âmbito da educação”, complementou.

Debatendo a necessidade de investir em gestão e novos modelos de remuneração, a presidente da Abramed elogiou o SUS e destacou que devemos preservar o que foi construído de positivo. “A iniciativa público-privada já é um consenso e o que precisamos é formatá-la para que possa ser trabalhada sem afetar a inteligência do SUS que é, talvez, o sistema mais inteligente para uma territorialidade tão grande no Brasil, capaz de abranger desde a atenção primária até a alta complexidade”, pontuou.

Citando publicação do Instituto Coalisão Saúde (ICOS) sobre modelos de pagamento baseados em valor como uma fonte de sugestões, Cláudia falou sobre a dinâmica de remuneração que afeta negativamente o sistema. “O Estado precisa lucrar para economizar e prover resultados ao mesmo tempo em que as empresas precisam do lucro para sobreviver ao capitalismo. A grande questão é que todos temos que ganhar com a saúde, mas não às custas de não atender e sim por atender melhor”, definiu.

Para ela, é importante apostarmos no modelo de remuneração por resultados tanto no setor público quanto no setor privado. O que envolve, inclusive, as entidades filantrópicas que devem ser cobradas também para oferecer sempre um atendimento de qualidade.

Ao lado de Cláudia e de Alceu na mesa de debates estiveram Luiz Aramicy, presidente da FBH (Federação Brasileira de Hospitais); Franco Pallamolla, presidente da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios); Mauro Junqueira, do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde); e Rodrigo Lopes, CEO do Hospital Leforte.

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